Crônica: Ultima trombeta

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A percepção de mundo da maioria das pessoas é um misto de euforia e preocupação com o futuro. Condição que é tensionada, sobretudo pela opinião midiática, seja ela televisiva ou na internet, exibindo um planeta desmoronando todos os dias bem diante dos nossos olhos.

Na verdade, existem sim pontos anômalos, verdadeiros, que se ligam com a velocidade de um click ou num piscar de olhos diante da televisão e das telas dos celulares. Aí neste prenúncio, catástrofes, doenças, conflitos e problemas diversos e em várias regiões do planeta; mesmo as mais distantes, somam-se de forma rápida e resumida na edição do dia, que amanhã possivelmente não será lembrada.

Depois do choque na audiência, cada notícia passa a ser a regra geral do estado humano por sobre a terra, quando mostradas num apanhado de sensacionalismos. Elas passam a ser a realidade final em todo lugar, reverberando e espalhando a preocupação pelos quatro cantos midiáticos. A mídia produz assim os apelos diários, talvez para monetizar, seja distrair ou acumular preocupações e poderes, prendendo a atenção pelo medo.

As boas novas são ofuscadas pelo emaranhado de desgraças transmitidas em tempo real ou gravadas e requentadas. Um jornalismo que amedronta os povos na terra, quando soam a última trombeta, reforçando e reverberando a frequência do medo em diversas edições e formatos possíveis a fim de concretizar o intento: o de levar a mensagem do apocalipse aos cegos, surdos e mudos de espírito. Os de espírito desinformados.



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