"Penso, logo existo." René Descartes
No mundo pós-moderno, ainda apoiado e estruturado pelo cientificismo, orientado a tecnocracia, ao consumo e a praticidade, para alcançarmos a meditação filosófica, devemos antes nos perguntar. — Qual seria a utilidade da filosofia para nossas vidas?
A filosofia é uma ciência humana que busca investigar e dialogar com os dilemas e anseios existenciais do ser humano. Sendo por vezes também compreendida como a amplitude do conhecimento humano, conforme foi concebida pelos gregos: o berço da filosofia ocidental.
Nasce uma enorme inquietação da indefinição do que significa a palavra filosofia ao longo da história, pois para cada um dos inúmeros pensadores ao longo das épocas ela ganha significados diferentes, talvez por esse motivo muitos se questionem sobre a utilidade real dessa disciplina para nossas vidas.
Para se compreender melhor a profundidade das investigações e discussões filosóficas, alguns estudiosos apontam que "a filosofia é o próprio conhecimento a ser buscado"; ou “filosofia é a arte de viver bem ou aprender a viver”. Definições, que justificam por si só o ato de filosofar, ou refletir sobre tudo, como uma das grandes expressões da inteligência humana. A filosofia não é apenas uma disciplina do campo do conhecimento, ela também pode ser vivida na prática, porque segundo René Descartes: "se eu penso, logo eu existo".
Agora destaco para você leitor três interpretações distintas de alguns pensadores que podem contribuir para sua reflexão e entendimento sobre a utilidade da filosofia enquanto ciência humana.
Immanuel Kant: “(...) não é possível aprender qualquer filosofia; (...) só é possível aprender a filosofar, ou seja, exercitar o talento da razão, fazendo-a seguir os seus princípios universais em certas tentativas filosóficas já existentes, mas sempre reservando à razão o direito de investigar aqueles princípios até mesmo em suas fontes, confirmando-os ou rejeitando-os”. [Livro: Crítica da razão pura]
Bertrand Russell: “(...) a incerteza da filosofia é, em grande medida, mais aparente que real: os problemas para os quais já se tem respostas positivas vão sendo colocados nas ciências, (...) é parte do papel da filosofia continuar a examinar tais questões, tornar-nos conscientes da sua importância, examinar todas as suas abordagens, mantendo vivo o interesse especulativo pelo universo, que correríamos o risco de deixar morrer se nos limitássemos aos conhecimentos claramente verificáveis.” [Livro: Problemas da filosofia]
Maria Lúcia A. Aranha: “(...) De maneira geral, pode-se dizer que, por sermos pessoas racionais e sensíveis, procuramos sempre atribuir sentido às coisas. (...) Podemos dizer ainda que filosofia é sobretudo uma atitude, um pensar permanente. É uma experiência diferente de um olhar sobre o mundo, no sentido de sempre questionar o já sabido ou buscar o desconhecido.” [Livro: Descobrindo a filosofia]
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