Trabalho e Libertação
Será que alguém consegue assumir um destino, enquanto o tempo limitado de sua vida passa tão rapidamente? O que implica certamente numa ação humana; numa ocupação! Trata-se, portanto, da reflexão do que se faz com a própria vida em vocação.
A condenação em Gênesis 3:17-19 "maldita é a terra por tua causa, em fadigas obterás dela o sustento [...] no suor do rosto comerás o teu pão"; provou que o Senhor dos homens não dá ponto sem nó; e essa "labuta", consequência da desobediência, acabou se tornando uma dádiva; e para alguns trabalhar é também se libertar; de um vazio existencial e de um estado medíocre. O trabalho que nos condenaria ao sofrimento pela desobediência, também nos liberta. Um paradoxo divino devidamente medido e calculado.
Com trabalho construímos a vida à nossa maneira; através dele somos capazes, nos tornamos capazes de avançar sobre o caos da realidade. A verdadeira fonte do prazer, principalmente quando advém de uma entrega a vocação.
Vocação: o trabalho pelo qual o homem se apaixona cegamente. Onde encontra o sentido da liberdade arrancada do mundo. Nessa satisfação pessoal alcançada pela realização do ofício que lhe apraz; pela descoberta dessa utilidade da vida.
O ser humano constrói sua liberdade trabalhando e adquiri satisfação no processo. São estas as correntes que o aprisionam ao trabalho. Essa necessidade humana durará uma vida inteira. Um fardo que prova que “o destino” vai sendo construído pelas mãos do tempo e do próprio indivíduo.
Talvez, sim, sejamos salvos desta condenação pela dedicação; transportados a um sentido mais elevado de existência. Uma fuga desta condenação eterna por falta de utilidade.
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